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Após quatro décadas, Affego obtém concessão definitiva para exploração de poço artesiano em Caldas Novas

Em 07/10/2025

Um projeto iniciado nos anos 1980, que atravessou diferentes gestões e inúmeros desafios, acaba de conquistar um marco histórico. No dia 30 de junho de 2025, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria de Concessão de Lavra do processo nº 861.082/1987, autorizando a Affego a explorar e aproveitar economicamente o poço artesiano perfurado em seu centro de lazer, em Caldas Novas.

A autorização, concedida pelo Governo Federal por meio da Agência Nacional de Mineração (ANM), encerra uma longa espera desde os primeiros movimentos para implantação do empreendimento. Em 1984, a Prefeitura de Caldas Novas doou à Affego um terreno de 4.300 m² no Loteamento da Lagoa Quente. No entanto, testes posteriores comprovaram que o local não tinha água quente suficiente para abastecer o clube.

Diante disso, a entidade adquiriu 20 lotes na Vila São José, totalizando 9.400 m², onde foi perfurado o poço que se tornaria a base do projeto termal. Em 1985, começaram os trabalhos de perfuração, acompanhados por engenheiros e geólogos. Testes preliminares indicaram vazão de cerca de 28 mil litros por hora e temperatura de 39 °C. Porém, com a paralisação das obras na época, foi necessário realizar a perfuração de um novo poço, concluída em agosto de 1993. De acordo com registros históricos, este último poço atingiu 370 metros de profundidade à época. Hoje, o poço possui 701,3 metros de profundidade, consolidando o abastecimento hidrotermal do complexo.

Atualmente, o centro de lazer da Affego em Caldas Novas conta com dois poços artesianos, com temperaturas de 35,79 °C e 34,5 °C, respectivamente. Esses poços são fundamentais para a operação e o fornecimento contínuo de água termal no complexo.

De acordo com o diretor da Geocaldas, Fábio Floriano Haesbaert, que acompanha o processo desde o início, a água termal utilizada no TCA apresenta uma característica diferenciada: está localizada no sistema aquífero Araxá, mais profundo que o Pirapitinga, o que confere à água maior mineralização. Ele destaca ainda que, em 1996, foram proibidas novas concessões para perfuração de poços na região, o que reforça o valor estratégico do ativo conquistado pela Affego.

A entidade também se destaca por valorizar constantemente a pesquisa e o monitoramento da qualidade da água, investindo em estudos por meio da AMAT – Associação Nacional das Mineradoras de Águas Termais. “A água do hotel é excelente. Realizamos pesquisas coletando amostras no final do dia, e elas se mantinham sempre limpas. O diferencial do TCA em relação a outros hotéis é justamente a exclusividade de uma água mineral, que além de evitar doenças e maus odores, reduz a proliferação de micro-organismos, não causa irritações na pele e nos olhos, contribui para a sensação de bem-estar e preserva a pureza natural da água, mesmo com o uso intenso. Esse cuidado é o nosso diferencial. Se existisse um selo de qualidade para essas águas, o nosso seria diamante”, ressaltou Haesbaert.

Com a concessão de lavra emitida, a Affego assume oficialmente novas responsabilidades — que já vêm sendo cumpridas de forma proativa por meio de um CNPJ exclusivo. Entre elas estão o cadastramento da empresa no CREA, a entrega anual do Relatório de Lavra, o recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), a manutenção dos poços com monitoramento telemétrico e a realização periódica de análises bacteriológicas da água. 

Esse compromisso antecipado com a responsabilidade ambiental e regulatória reforça a seriedade da gestão da Affego na condução do projeto termal e sua preocupação com a conformidade legal e a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 

Para a presidente da Affego, Dalvina Alves Cardoso, a conquista simboliza o coroamento de décadas de persistência e dedicação: 

“Esse documento representa a realização de um sonho antigo da nossa associação. Mais do que garantir o uso das águas termais, ele assegura a autonomia da Affego sobre um recurso que é estratégico e valioso para os nossos associados. É um marco de legitimidade, fruto de muito trabalho e persistência ao longo de gerações”, destacou. 

Além da autonomia no abastecimento hidrotermal, o valor estratégico desse ativo é ainda mais evidente diante do atual cenário regulatório: a restrição à abertura de novos poços termais na região, o que torna o direito de lavra um bem escasso e altamente valorizado. 

Fonte/Autoria: Thaíla Queiroga